07 ago Prefeitos buscam apoio do Estado e da União para enfrentar a crise do transporte metropolitano
Prefeitos da Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal) se reuniram neste sábado (07) para debater o crise do transporte metropolitano, que está sob ameaça de paralisação. A reunião emergencial convocada pelo presidente da entidade e prefeito da Capital, Sebastião Melo (MDB), entrou em consenso de que o entrave precisa ser dividido com o governo federal e com o governo do Estado, responsável pelas concessões.
O conjunto de líderes municipais deve se encontrar com o governador Eduardo Leite para buscar uma saída coletiva na próxima semana. A curto prazo, a proposta é que o Piratini isente o ICMS do diesel e outros insumos do transporte, garantindo a redução dos custos de operação. Chamar a gestão estadual e a União para participar desta construção está na pauta na Granpal.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul também se soma ao debate. Por iniciativa da deputada estadual Patricia Alba (MDB), a pauta proposta pelos prefeitos será discutida em audiência pública.
“Este debate é da sociedade. Hoje, a passagem está cara e as linhas reduzidas. O resto do mundo já resolveu esse problema e o Brasil ainda não. Esse debate não é isolado nosso, precisa ser do país”, afirmou Melo.
Melo disse, ainda, que tem discutido com prefeitos de diversas capitais o assunto e que buscará dar eco à pauta em Brasília com apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), reforçou que a greve do transporte foi prorrogada e que o problema vai se agravar, caso não surja uma solução efetiva. “A crise é profunda e o problema deve ser compartilhado”, enfatizou. Já o líder do Executivo de Gravataí, Luiz Zaffalon (MDB), disse que atualmente o número de usuários corresponde a 40% do que havia em 2013. “Essa é a realidade de praticamente todas as cidades. O sistema faliu. Precisamos criar o SUS do transporte público, com a participação de todos entes federados”, defendeu.
“Toda população metropolitana vai e vem de Porto Alegre e, mesmo que andem de trem, antes de chegar na linha do trem, pegam o transporte municipal. É integrado na necessidade, mas desintegrado no planejamento e na operação”, defende o prefeito de Sapucaia do Sul, Volmir Rodrigues (Progressistas).
Se parar o transporte, tudo para
A preocupação do conjunto de prefeitos também é pelo aumento do problema social que uma greve pode acarretar. Melo garante que, somente no Hospital Santa Casa de Misericórdia, 600 profissionais dependem do transporte público. “O trabalhador anda de ônibus e se o transporte parar, tudo para: saúde, economia, comércio”, salienta. A deputada estadual Patrícia Alba disse que a paralisação pode comprometer 60% do transporte de uma região que possui mais de 3 milhões de habitantes. “O problema é profundo e urgente. Passa pelas prefeituras, mas também pela Assembleia, pelo Estado e pela União”, argumenta.
Suspensão temporária da paralisação
Ainda na tarde de sexta-feira (6), o governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Articulação com os Municípios (SAAM), se reuniu com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais, de Turismo e Fretamento da Região Metropolitana (SindiMetropolitano), com a Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) e com o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do RS (SETERGS) e definiu a criação de um grupo de trabalho emergencial para a discussão de alternativas para a pauta. Com o acordo, o movimento de greve previsto para a próxima semana foi temporariamente suspenso.