Santo Antônio da Patrulha comemora 258 anos no dia 31 de agosto

Santo Antônio da Patrulha comemora 258 anos no dia 31 de agosto

Santo Antônio da Patrulha, cidade da região metropolitana de Porto Alegre, está entre os quatro municípios mais antigos do estado e irá completar 258 anos na próxima semana. Em 31 de agosto de 1760, o município foi elevado à condição de Freguesia e inaugurou a Capela Curada de Santo Antônio da Guarda Velha de Viamão.

A data foi instituída como comemorativa pelo prefeito Daiçon Maciel da Silva no ano passado, através da Lei nº 7.952/17. Até então, os patrulhenses celebravam a data de 3 de abril de 1811, quando foi instalada a Câmara de Vereadores.

 

 

Saiba mais sobre Santo Antônio da Patrulha:

Arquitetura histórica, belezas naturais e gastronomia típica são marcas de um dos municípios mais antigos do Rio Grande do Sul.

 

Santo Antônio da Patrulha, a terra da cachaça, do sonho e da rapadura, também é um dos municípios mais antigos do Rio Grande do Sul. Está entre os quatro primeiros do nosso estado, junto com Porto Alegre, Rio Grande e Rio Pardo. Colonizada basicamente por açorianos, com o decorrer do tempo passou a ser ocupado também por italianos, alemães e poloneses.

Com 258 anos de história, teve que se reinventar algumas vezes, uma delas, quando a Free Way deixou a cidade à margem do intenso movimento para o litoral norte gaúcho. Por outro lado, com a construção da rodovia RS 474 voltou a ser roteiro para muitos que rumam à Serra.

A quarenta minutos de Porto Alegre e a aproximadamente uma hora das praias e das montanhas, a cidade hoje vive da indústria, do comércio e também da pecuária, mas aprimora atrativos turísticos, diante de suas belas paisagens, arquitetura histórica e, claro, das delícias típicas da gastronomia: o sonho, a rapadura e a cachaça.

Hoje, Santo Antônio da Patrulha recebe peregrinos de diversas partes do Brasil para o Caminho Gaúcho de Santiago. O trajeto de 19 km pelo interior do município foi assim denominado, depois que o Cônsul da Espanha considerou que o solo patrulhense tinha uma réplica de Compostela, em virtude da semelhança com as paisagens do caminho europeu.

Quem conhece ou já ouviu falar da “terra da rapadura”, já deve ter ouvido falar em Moenda da Canção. Um festival de música que também é uma marca e motivo de orgulho para os patrulhenses. Há mais de três décadas, no mês de agosto, músicos de diversas partes do Brasil e agora também de fora do país, sobem ao palco, estimulando muitos patrulhenses a seguirem o caminho da música.

A economia está baseada na indústria metalmecânica, que se fortaleceu em 2011, com a vinda da Multinacional Magna Cosma e do calçado. Hoje, a conhecida marca Via Uno é de Santo Antônio da Patrulha e o município também tem uma unidade da Picadilly, além de outras que há tempos operam na cidade. A orizicultura e a pecuária também são muito fortes, além do setor do comércio que cresce a cada dia.

Santo Antônio da Patrulha é uma cidade universitária, com Polo Universitário e um campus da Universidade Federal do Rio Grande. Cursos técnicos, de graduação, especialização e mestrado podem ser realizados presencialmente ou a distancia, oferecidos por diversas instituições de ensino, tais como Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM e Universidade Federal de Pelotas – UFPEL.

Uma cidade histórica

As origens desse povoado remontam à própria história do Estado. Com a fundação da Colônia de Sacramento, em 1680, cresce o interesse dos colonizadores portugueses em povoar e defender o território meridional do Brasil. Por volta de 1736 é aberta por Cristóvão Pereira de Abreu a Estrada dos Tropeiros. Devido ao contrabando de gado que passava por essa estrada, surgiu um “Registro” ou “Guarda”, mais tarde chamada “Patrulha”. Essa fiscalizava e cobrava impostos dos rebanhos que passavam por ali e seguiam para Sorocaba e Minas Gerais. Esse aquartelamento é responsável por parte do nome do município, que antes se chamava Guarda Velha de Viamão.

No início de 1743, se estabelece efetivamente na atual sede do município com “roças e casas”,  Inácio José de Mendonça e Silva, que servia como soldado nessa “Guarda”. Ele e sua esposa, Margarida Exaltação da Cruz são considerados os fundadores do município, pois resolveram construir em suas terras uma Capela onde hoje localiza-se a Pira, na Av. Borges de Medeiros (foto). A Capela levara o nome de Santo Antônio e, em volta dessa, começa a surgir um povoado.

Em 1760 foi inaugurada a Capela Curada de Santo Antônio da Guarda Velha de Viamão, e no seu entorno passou a organizar-se uma vida administrativa e social. Neste ano foi elevado a condição de Freguesia, para em 1809 passar a Vila.  Esse núcleo, que atendia todo o Litoral Norte e parte da Serra aos poucos foi crescendo e em 1809 participou da divisão do Estado em quatro municípios.

Em 03 de abril de 1811 foi instalado o Município de Santo Antônio da Patrulha, que recebeu essa denominação em função das patrulhas instaladas em seu território objetivando a cobrança de impostos para a Coroa.  Simultaneamente, Rio Grande, Rio Pardo e Porto Alegre, receberam a mesma condição formando assim os quatro municípios mais antigos do Rio Grande do Sul.  Criados os Municípios estes deveriam ser instalados com as Câmaras de Vereadores que iriam administrar os territórios. No Município de Santo Antônio da Patrulha a Câmara de Vereadores que deveria administrar 34.184 km2. Assim, da área inicial restaram 1.049 km², o que faz de Santo Antônio da Patrulha a célula-mater dos municípios da região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, de onde descendem setenta e sete municípios.

Na árvore genealógica do Município Mãe, aparecem como seus filhos: Vacaria, Osório, Lagoa Vermelha, São Francisco de Paula, Rolante, Taquara e Caraá. Tantos outros municípios gaúchos engrossam a lista de netos, bisnetos e trinetos de Santo Antônio da Patrulha.

A presença de casais açorianos em Santo Antônio da Patrulha deu-se por volta de 1760 e permitiu a criação do primeiro núcleo de povoamento, que é hoje um centro histórico localizado na Cidade Alta mantendo vivas características arquitetônicas daquela época.