Prefeitos metropolitanos e do Vale dos Sinos dialogam medidas em conjunto

Prefeitos metropolitanos e do Vale dos Sinos dialogam medidas em conjunto

Buscando agenda com o governador, líderes municipais pedem ampliação da testagem e higienização do transporte coletivo para minimizar o alastramento da Covid-19

Prefeitos da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Vale dos Sinos reuniram-se virtualmente esta terça-feira (16) para alinhar protocolos e medidas em conjunto diante da crise da Covid-19. Boa parte dos chefes de Executivo avalia que o Governo do Estado precisa dialogar mais com as cidades, sobretudo quando medidas implicam no fechamento de comércios e indústrias.

Presidente da Granpal, Margarete Ferreti salientou que é preciso sensibilidade, união e espírito solidário para vencer os desafios. “Se não for possível um protocolo regional, até porque cada cidade tem suas peculiaridades, que possamos extrair exemplos e alternativas para frear o contágio”, disse a prefeita de Nova Santa Rita. Na avaliação da líder da Associação de Municípios do Vale dos Sinos, Tânia Terezinha da Silva, a crise generalizada passa pela saúde, pela economia e também pela empatia. “É delicado para todos. Não avançaremos se cada um puxar para um lado. Precisamos caminhar juntos”, destacou a também prefeita de Dois Irmãos.

Ary Vanazzi, de São Leopoldo, propôs aos prefeitos que cada um teste, no mínimo, 1% da sua população. Ainda sugeriu que se aumente a higienização das ruas e que, nos próximos dois finais de semana, o comércio feche para “diminuir a circulação e também os riscos de contágio”. Contrário ao fechamento de portas enquanto a região estiver em bandeira laranja, o prefeito de Cachoerinha, Miki Breier, disse que não há clima para essa ação. Ele criticou a forma que o Estado lidou com a questão: “mudar a bandeira no sábado para, na segunda-feira, precisar fechar a cidade não está certo”. 

Prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan disse que as decisões não têm sido simpáticas nem populares, mas seguem o rigor de estudos técnicos e científicos. “Tudo o que temos feito é pelo bem da sociedade, em defesa da vida, com embasamento e critérios. Nossas atitudes visam reduzir o problema e frear o contágio”, defendeu.

José Sperotto, de Guaíba, enfatizou que a unidade é importante pela proximidade das cidades. “Somos uma grande cidade sem fronteiras. Por isso, conclamo unidade no discurso e nas atitudes”, provocou. O prefeito de Taquari e presidente eleito da Famurs, Maneco Hassen, disse que os líderes municipais precisam ampliar seu discurso com o Estado e o governo federal.

Cuidado na atenção primária

Também participou da videoconferência o epidemiologista Armando Negri. Ele fez uma análise probabilística de que 5% dos infectados precisarão de terapia intensiva. Ainda pediu aos prefeitos que sejam céleres nas etapas que antecedem o estágio final. “O vírus está circulando fortemente na região, e é a partir da lotação de leitos de UTI que percebemos a progressão da pandemia”, disse, ressaltando que a flexibilização das medidas restritivas têm acelerado esse processo.

Nesse sentido, prefeito Luís Rogério Link, de Sapucaia do Sul, reforçou a importância de trabalhar na atenção primária, buscando caso a caso para conter a multiplicação. “Aqui, ampliamos a testagem e, nos dois últimos finais de semana, fechamos todo o comércio. É difícil, mas necessário”, disse o líder municipal, que também é médico. Leonardo Pascoal, de Esteio, salienta importância de olhar para a saúde, mas também pensar a médio e longo prazo o jeito de retomar a economia. “Voltar a crescer é necessário para não agigantar ainda mais os problemas”, disse.