Seminário debate prevenção à violência na Região Metropolitana

Seminário debate prevenção à violência na Região Metropolitana

Foi realizado nesta segunda-feira (24) o Seminário Metropolitano de Prevenção à Violência – Ações Integradas e Inovadoras, promovido pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e Consórcio Metropolitano. O evento, promovido na Casa do Gaúcho, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, reuniu diferentes autoridades na questão da violência, oportunizou um amplo debate e troca de experiências entre os participantes.

 

Na abertura do evento, o presidente da Granpal e prefeito de Esteio, Gilmar Rinaldi, destacou a importância do trabalho em conjunto, entre municípios e em parceria com governo Estadual e Federal, para a solução da violência em suas diferentes facetas. “É preciso construir redes locais e redes regionais, principalmente, para que consigamos um resultado mais efetivo na prevenção e combate à violência. Nossa região é composta por municípios com menos de 150 mil habitantes, que ficariam de fora de importantes programas do Governo Federal para essas questões. Mas se fizermos um consórcio, por exemplo, podemos buscar os recursos e trabalharmos de forma mais efetiva, com melhores resultados”, exemplificou. Gilmar afirmou que o objetivo do Seminário é debater a fundo a questão e, no final, preparar uma publicação. “Será dada sequência ao debate pela Granpal. Temos que fazer um trabalho forte, focado nas causas da violência. Aqui estamos estimulando a busca de soluções para nossos problemas conjuntos”, afirmou.

 

Quem também destacou as parcerias foi o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira. O titular da SEJDH destacou que as ideias inovadoras e o acompanhamento das ações são fundamentais para o sucesso dor programas implantados. Fabiano deu como destaque os cursos profissionalizantes oferecidos na Fase, que estão mudando a realidade da entidade que trabalha com adolescentes infratores. “Depois do projeto, dos 221 jovens que saíram após passar por cursos, apenas 9,5% reincidiram no crime. Além do curso, estamos oferecendo mais cuidado com a família, um ambiente melhor de convivência e mais atenção”, explicou.

 

Durante a manhã, depois da apresentação da orquestra do Mais Educação do CMEB Maria Lygia Andrade Haack, foram realizado painéis sobre diferentes aspectos da violência e sobre serviços que são oferecidos por órgãos e entidades.

 

Os desafios da prevenção para uma escola segura foi o tema da palestra de Miriam Abramovay, socióloga, coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da Flacso, doutora em Educação pela Universidade de Lyon e pós-doutoranda da Clacso, primeiro painel da manhã. Ela destacou que é importante que se traga a comunidade escolar, sobretudo os alunos, para o centro dos debates das ações que precisam ser realizadas na escola. Além disso, ela afirmou que é de suma importância que a unidade escolar seja um ambiente agradável. Ela afirmou ainda que a polícia deve ser o último recurso para combater a violência na escola ou até mesmo para dar cursos sobre drogas, por exemplo. “Ao se chamar a polícia para pequenas atividades ou violências leves, os alunos passam a entender os adultos como não-preparados para resolver os problemas”, exemplificou.

 

Outra palestrante que abordou a violência na escola foi a coordenadora do Programa Saúde na Escola, do Ministério da Educação, Marta Klumb. Ela também citou a criatividade como solução para a criação de uma cultura de paz: “Não existe outra forma de resolver o problema da violência nas escolas que não de forma integrada a inovadora. Só vai acontecer se unirmos esforços”, destacou.

 

Os painéis seguiram com Helena Barros, coordenadora do VivaVoz – Serviço Nacional de Orientação e Informações sobre a Prevenção do Uso Indevido de Drogas; e Edelves Rodrigues, do Centro de Educação Tecnológica e Pesquisa em Saúde/Escola do Grupo Hospitalar Conceição, que falaram sobre os serviços oferecidos pelas duas entidades e suas correlações com a violência. Pela manhã, falaram ainda o coordenador da Central Única das Favelas no Rio Grande do Sul (CUFA-RS), Manoel Soares, que falou sobre a experiência da CUFA em prevenção às drogas, e Sandra Fagundes – Secretaria Estadual da Saúde.

 

À tarde, as palestras tiveram sequência com a fala da coordenadora geral de Ações de Prevenção em Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp), Beatriz Cruz, comentando as principais experiências de implantação de políticas de prevenção à violência. O trabalho da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça foi tema da fala do coordenador geral de Projetos Estratégicos da Senad, Robson Robin da Silva.

 

Após as falas, foram formados quatro grupos de trabalho com os temas violência contra a mulher, violência escolar, papel dos municípios na prevenção à violência e prevenção a álcool e drogas, que contou com o relato do prefeito de Cachoeirinha, Luiz Vicente da Cunha Pires sobre a experiência de comunidade terapêutica realizada no município. Ao final, um representante de cada grupo apresentou as conclusões e propostas resultantes do debate, encerrando o seminário.